sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Totonho faz audiência

O número de visitas a este blog simplesmente triplicou após a quarta-feira de cinzas, quando o blog do Totonho (www.jornalmomento.blig.ig.com.br) noticiou a volta das atividades do Baggio Digital. Totonho, menos conhecido como Luiz Antônio Nogueira da Guia, é professor de História e comenta com humor os acontecimentos políticos e sociais de Cabo Frio. Além disso, tem excelentes informantes e publica diversas notícias importantes em primeira mão. O Baggio Digital busca inspiração no blog do Totonho e no blog do também professor de História Rafael Peçanha (www.rafaelpecanha.blogspot.com.br). Vale a pena conferí-los.

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Praia lotada


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A maioria dos turistas permanece na Região dos Lagos mesmo com o fim do carnaval. A previsão de que as cidades continuem lotadas até o sábado e, mesmo na semana que vem, muitos turistas devem emendar as férias e ficar mais um pouco.
Na foto de Mariana Ricci, a Praia do Forte, em Cabo Frio, completamente lotada nesta quinta-feira.
Clique e amplie.

O que esperar disso?

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Esse é o diretor do nosso Teatro Municipal em ação. Clique e amplie a foto:

Autor de peças teatrais de gosto extremamente duvidoso, o diretor do Teatro Municipal de Cabo Frio, Anderson Macleyves, já mostrou a que veio. Com pouco mais de um mês na função, ele tentou publicar um artigo na Folha dos Lagos que, descobriu-se depois, era a cópia fiel e idêntica de um texto publicado no blog Teatro do Oprimido em 2006. Ele se deu ao trabalho apenas de trocar o nome do autor pelo nome dele. Plágio!
Macleyves é a caricatura de um governo que, até agora, fracassa na área cultural. Sem sucesso em peças com estilo que ele mesmo denomina de trash (lixo em inglês), foi candidato a vereador no ano passado e teve 244 votos. Isso é tudo. Ele não representa a classe artística cabofriense, não teve votação expressiva e não é reconhecido como um bom diretor teatral. Porque, então, foi escolhido entre tantos bons nomes para dirigir o Teatro Municipal? Ninguém explicou até agora.
Se um diretor de precisa recorrer ao plágio, que é crime, para publicar um simples artigo de opinião, o que podemos esperar de seu trabalho à frente da mais importante (e única) casa de espetáculo da cidade? Devemos lembrar que o Teatro Municipal movimenta verba pública, dinheiro que entra das peças teatrais e dos cofres da prefeitura, e que os gestores do recurso público, em tese, devem ter conduta e história digna de confiança para movimentar o nosso dinheiro. Não é o caso.
A nomeação de Macleyves é o último desmando de um governo que não dá ouvidos à classe artística local. Uma administração desleixada com o patrimônio histórico, que deixa a casa do fotógrafo Wolney Teixeira e Souza, que registrou o progresso da cidade entre as décadas de 10 e 40 do século passado, caindo aos pedaços e servindo de criadouro para insetos na Rua Érico Coelho. A casa, datada do século XVIII, é uma das últimas construções históricas no centro de Cabo Frio, e, no ano passado, o prefeito Marquinho Mendes foi pessoalmente ao local prometer a recuperação e a construção de um museu. Coisas da campanha eleitoral...
Se o governo municipal quiser provar que as críticas são infundadas e que dá, sim, atenção à cultura local, a hora é essa. Basta realizar o sonho de artistas e agitadores culturais de Cabo Frio e organizar um fórum de discussão. Amplo, aberto e democrático. Assim seria mais fácil acreditar, pelo menos, na boa intenção dos nossos governantes. Por enquanto está difícil.

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Texto publicado no jornal Folha dos Lagos em 26/02

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

A crise é boa


A atual crise econômica é essencial para o futuro da humanidade. Trata-se do primeiro alerta de que o liberalismo e a alto-regulação do mercado financeiro não passam de falsas promessas de prosperidade no mundo globalizado. Além de uma maior cautela na relação com os bancos e financeiras, a crise foi responsável por uma mudança histórica no comando dos Estados Unidos, o mais poderoso império da história mundial.
A ascenção de Obama ao lugar de Bush só foi possível porque o povo norte-americano está assustado com os homens de wall-street ditando o rumo de suas vidas. Não é para menos. Liderados e encorajados por Bush, os banqueiros norte-americanos saquearam a economia do país na última década, colocando no bolso o dinheiro que, agora, faz falta para honrar os compromissos com seus clientes. Os milhares de cidadãos norte-americanos que perderam suas casas no ano passado foram os primeiros a pagar pelos erros de um sistema que dá sinais de cançaso.
O freio na economia mundial, acima de tudo, é altamente positivo para o planeta Terra. Com um crescimento populacional e o consumo acentuados na última década, o planeta entrou em uma fase crítica de desgaste natural que, segundo especialistas, já não tem retorno. O máximo que podemos fazer é diminuir o nível de poluição e prolongar as condições de vida humana até quando for possível. O aquecimento global mostra como o planeta irá nos expulsar.
A continuação da vida na terra passa pela reforma de todo o sistema político e econômico em que estamos hoje. Fortacer a democracia local e as pequenas comunidades, acabar com consumo inútil, diminuir e reciclar o lixo são algumas ações que podem, e devem, ser colocadas em prática a partir de agora. O planeta Terra está saturado e não suporta mais o descuido do ser humano. E a atual crise econômica não pode ser simplesmente solucionada para que tudo volte ao "normal". Normal? Se de nada servir, ela terá sido apenas um soluço de um planeta que está prestes a vomitar.

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Aprendendo a lição do Rui (*)

A nova ofensiva do colégio municipal Rui Barbosa contra o governo de Cabo Frio, desta vez por mudanças impostas à grade curricular, mostra mais uma vez a importância dos estudantes nas decisões políticas. Os jovens pouco sabem de sua própria capacidade de mobilização e persuasão, e se deixam contaminar pela apatia e desinteresse que domina o restante da sociedade. O Rui é um caso exemplar: por ser o único colégio cabofriense que mantém o grêmio estudantil em atividade, é o único que não aceita imposições e, se preciso for, vai às ruas reivindicar.
Pena que o exemplo não é seguido. Nem nas escolas, nem nas universidades. Ferlagos, Estácio de Sá e Veiga de Almeida (UVA) não abrigam nenhum diretório acadêmico em atividade, o que, para as instituições privadas, é ótimo. Os debates são caídos e as atitudes mais ainda. Um clima de ensino médio com conteúdo de ensino superior. Não há fóruns, debates, manifestações e nem festas dignas de universitários. É muito estranho.
Os estudantes de Cabo Frio, em sua grande maioria, sequer sabem o que é um projeto de extensão universitária (interação entre a universidade e a sociedade, com troca de informações, elaboração de pesquisas e planos de combate aos problemas encontrados), excelente instrumento de transformação social e, diga-se de passagem, dever constitucional das instituições de ensino superior. Ninguém discute a reforma universitária e poucos se mobilizam na época de congressos estudantis como os da União Estadual dos Estudantes (UEE-RJ) e União Nacional dos Estudantes (UNE), que acontecem novamente este ano.
Para as faculdades particulares, quanto menos atividades, melhor. Afinal, tudo é dinheiro que se gasta. Enquanto não tivermos uma universidade pública regional, que fomente a troca de idéias e a realização de pesquisas, o ensino superior continuará sendo essa fábrica alienadora de diplomas. Por isso temos, no colégio municipal Rui Barbosa, de Ensino Médio, o maior exemplo de mobilização de estudantes e professores conscientes de seu papel na sociedade. E eles têm muito o que ensinar aos universitários...
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(*) texto publicado no jornal Folha dos Lagos em 19/02.

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Frase

"É a primeira vez que eu vejo os alunos pedindo mais aulas e o governo dizendo que não"

Denize Alvarenga - diretora do colégio Rui Barbosa

Rui protesta


Os estudantes do colégio municipal Rui Barbosa, em Cabo Frio, fazem protesto nesta segunda-feira (16/02). Eles não concordam com a determinação do secretário de Educação, Paulo Massa, de mudanças na grade horária.
Por terem instalações inadequadas para a prática de esportes, os alunos do Rui, tradicionalmente, fazem a disciplina de educação física fora do horário das aulas. Se estudam pela manhã, fazem a educação física pela tarde. Agora o secretário ordenou que a disciplina seja lecionada no mesmo turno das aulas.
O agravante é que isso acontece justamente no ano em que o MEC obriga as escolas a incluírem as disciplinas de sociologia e filosofia. Com as aulas de educação física sendo ministradas em outro turno, é possível destacar, na grade curricular, duas aulas por semana para cada uma das novas matérias. Com a educação física no mesmo turno das aulas, apenas um tempo de sociologia e um de filosofia seriam ministrados por semana.
Outro projeto também está ameaçado. A partir deste ano, os alunos do Rui poderiam escolher uma modalidade esportiva para estudar durante todo o ano. Mas isso só seria possível com as aulas em turno diferente.
E tudo o que o governo municipal não precisava, agora, é de uma briga com os alunos do Rui... eles pegam pesado!
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Foto: Mariana Ricci

Tá um nojo

Ninguém aguenta mais a palhaçada eleitoral que domina Cabo Frio. Estamos arriscados a assistir o mesmo que ocorreu em Campos dos Goytacazes. O que motiva isso, nos dois lugares, é a cobiça pelo dinheiro do petróleo. Uma pena que um momento histórico tão favorável economicamente (já passou) tenha sido administrado com tamanha irresponsabilidade. Este é o legado do modelo Garotinho/Mocaiber em Campos, e Alair/Marquinho em Cabo Frio.

domingo, 15 de fevereiro de 2009

Putz...

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Isso é grave!!
http://www.youtube.com/watch?v=xU5WsRvRzGU
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sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Os cargos comissionados (*)

Genial! Após um ano e meio de trabalho, o secretário de Assuntos Estratégicos da Presidência da República, ministro Mangabeira Unger, saiu, esta semana, com a solução para todos os problemas do funcionalismo público brasileiro:
“A grande maioria dos cargos comissionados deve ser substituída por carreiras de Estado”, disse o professor vitalício da universidade de Havard, que deu aulas para o atual presidente norte-americano, Barack Obama.
Mangabeira precisou de uma reclusão profunda para nos dizer, com aquele sotaque de estrangeiro tentando falar português (o ministro tem certa dificuldade em se comunicar conosco), que a nomeação de assessores da administração pública deve se basear no “mérito”, e não em interesses partidários.
Não é preciso ser professor de Havard, nem ministro, nem membro da Academia Americana de Artes e Ciências para saber que o sistema de apadrinhamento é um câncer na política brasileira. Em nossa sociedade, os governantes se acham donos daquilo que administram, tratando a maquina pública com interesses particulares. Por isso não se preocupam em gerar empregos. Para eles, é melhor manter os eleitores “nas rédeas”, oferecendo os tais cargos comissionados àqueles que apóiam o poder vigente, deixando os opositores em dificuldades econômicas.
A lógica funciona com mais vigor em cidades pequenas. Em municípios onde há falta de vagas de trabalho, como os da Região dos Lagos, alguns governantes fazem uma verdadeira farra com os cargos comissionados. Em ano de eleição, inflam a maquina pública de forma irresponsável, garantindo os votos dos novos empregados, que, quase sempre, acabam dispensados ao fim da contagem das urnas. Quer um exemplo? Vá ao prédio da prefeitura de Cabo Frio e veja centenas de ex-funcionários (muitos contratados no ano passado) perambulando pelos corredores, tentando garantir a portaria prometida para os próximos quatro anos. E ainda tem aqueles que não trabalhavam, mas também ouviram promessas de emprego para a família. É muito comum.
A declaração do ministro Mangabeira Unger vem depois de uma enxurrada de pedidos do Ministério Público (MP), em todo o Brasil, pela realização de concursos públicos para a substituição de funcionários contratados por efetivos. No ano passado, a própria prefeitura cabofriense assinou um Termo de Ajuste de Conduta (TAC) prometendo ao MP que realizaria um concurso. O que o ministro disse, portanto, é de amplo conhecimento da sociedade e está sendo discutido pelo poder Judiciário, com mais intensidade, desde o ano passado. Porque, então, ele se limitou a dizer o que todo mundo já sabe? Porque não fez uma análise mais profunda dos vícios dos nossos governantes? Que tal elaborar um projeto de reforma política e enviá-lo para discussão com a sociedade e, posteriormente, encaminhá-lo ao Congresso Nacional? Mangabeira foi o ministro que mais recebeu diárias para viagens ao exterior no ano passado (mais de R$ 35 mil para ficar 97 dias fora do país). Se passasse mais tempo no Brasil, talvez entendesse a realidade da população que representa.
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*texto publicado no jornal Folha dos Lagos em 12/02/09
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