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O curso de jornalismo não perdeu sentido algum com a quebra da exigência do diploma para o exercício da profissão. Isso é uma questão de liberdade de impresa e expressão, e não quer dizer que o mercado, corporativo e concorrente, passará a adotar profissionais despreparados.
Qualquer cidadão pode manifestar e imprimir o que pensa. E se responsabilizar por isso. Mesmo que não tenha passado quatro anos (ou três anos e meio, só em Cabo Frio) especializando-se no assunto. Pelo menos é o que diz a lei máxima em vigor no país. O que não tem nada a ver com a profissão deixar de existir.
Formar-se em jornalismo é uma necessidade de quem, além das técnicas necessárias em desenvolvê-lo (essas podem ser adquiridas em cursos específicos para as áreas de escrita, fotografia, edição de texto e imagem, apresentação, locução, e inúmeras outras, todas necessárias de um conhecimento específico - ou técnico), pretende ter conhecimento amplo do processo de comunicação social. Mesmo porque, ao contrário das fábricas de diploma que se tornaram os cursos de graduação ensinam (ou deixam de ensinar), a Comunicação Social (esta com letra maiúcusla) tem uma função obviamente social. Óbvia porque já está no próprio nome.
Praticamente todos os seres vivos trocam informações entre si, mas além de aperfeiçoar e sofisticar essa técnica, o ser humano fez dela uma janela para a criação de sua própria cultura e vida em sociedade. A palavra é a maior invenção humana.
As fábricas de diploma (é claro que não são todos os cursos, talvez a minoria) não motivam o jornalista a debater e compreender a existência da própria profissão.
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