quinta-feira, 16 de abril de 2009
O quarto poder
Em uma alusão aos três poderes da República (executivo, legislativo e judiciário), é comum encontrar quem qualifique a mídia como o “quarto poder”, pela capacidade dos veículos de comunicação de manipular a opinião pública. Se utilizada de forma ética, a imprensa deveria informar a população com fatos relevantes, apontar os problemas da sociedade e dar voz às autoridades responsáveis pelas soluções. Mas não é bem assim. Nas mãos de uma elite econômica, a imprensa muitas vezes esquece a quem deve servir – o cidadão – e se submete a interesses menos nobres, para não dizer escusos.
É comum, principalmente na imprensa de pequeno e médio porte, ver os veículos de comunicação caírem nas mãos de políticos que utilizam o jornalismo para promover seus próprios atos, endeusar aliados e destruir inimigos. Um péssimo exemplo dos donos do poder, daqueles que deveriam ser a notícia, mas que, por sede de dominação, resolver fazer a própria notícia e garantir uma boa foto, uma manchete favorável e um texto puxa-saco. Uma prática, no mínimo, antidemocrática.
Mas nem sempre as tentativas de dominação são bem sucedidas. Vide o caso do Lagos Jornal, que nasceu em Cabo Frio para promover o grupo político do deputado estadual Alair Corrêa (PMDB) e se mostrou um verdadeiro fiasco. Com notícias claramente parciais, o informativo perdeu a credibilidade não conseguiu angariar votos para seu patrono, que perdeu a eleição para prefeito com larga diferença de votos. Pudera, a divulgação excessiva, a bajulação, tendem a fazer um efeito contrário. O leitor fica saturado e percebe que está sendo alvo de um engodo.
Um novo e triste episódio do mesmo tipo está prestes a se repetir em Cabo Frio. O tradicional Jornal de Sábado, que pertence ao Grupo Litoral (propriedade da família Ariston) está, no momento, passando por reformulações que deverão beneficiar diretamente o deputado federal Bernardo Ariston (PMDB). Dentro desta reformulação, já estão fora da redação o jornalista José Correia, que editou ou periódico por 11 anos e meio, e o repórter Lucas Müller, que lá estava há três anos. Um novo Lagos Jornal está surgindo.
Ariston anda inquieto com as dificuldades que deverá enfrentar no ano que vem para se reeleger. Pela primeira vez, terá dois concorrentes na Região dos Lagos (o deputado suplente Paulo César da Guia e o secretário de Desenvolvimento de Cabo Frio, Carlos Victor Mendes). Por conta disso, adotou maior agressividade na divulgação de seus atos, em um movimento que culmina na transformação do Jornal de Sábado em um boletim de campanha. O que esses políticos talvez não percebam é que o perfil do eleitorado está mudando. E Cabo Frio mostrou no ano passado que o coronelismo, aos poucos, vai sendo enterrado.
___________________________________________
Texto publicado no jornal Folha dos Lagos em 16/04
quarta-feira, 15 de abril de 2009
Guaral
QUESTÕES:
• O que a prefeitura de Cabo Frio tem feito – e pretende fazer – para preservar e valorizar a memória da cidade?
R – A questão da valorização de nossa história e consequentemente da memória da cidade tem sido um ponto importante nesse novo momento que estamos começando. Criamos na Secretaria de Turismo e Cultura um Departamento que cuidará da parte de Patrimônio e Museus e um dos esteios de nossa ação é retomar o IMUPAC (Instituto Municipal de Patrimônio Artístico e Cultural), estreitando os laços com o INEPAC e o IPHAN para que em conjunto possamos cuidar do patrimônio material e imaterial que é extremamente rico em nossa região.
• Como as fotografias de Wolney Teixeira de Souza poderiam ser incluídas num projeto de preservação/valorização da história de Cabo Frio?
R - Pretendemos criar um Centro de Memória onde atualmente é o prédio da Biblioteca Municipal (um solar do século XIX) e reunir nesse espaço toda a documentação já digitalizada pela Câmara Municipal, livros, mapas, acervo de historiadores e pesquisadores, montando um banco de dados reunindo tudo ou quase tudo que já foi produzido sobre Cabo Frio. A parte da iconografia é bastante importante neste contexto, sobretudo, por conta de sua visualidade e conseqüente materialidade em relação às transformações que a cidade sofreu e o acervo do Wolney Teixeira com cerca de 5.000 fotos é um manancial riquíssimo para os pesquisadores que buscam sedimentar seus trabalhos.
• Existe algum interesse ou projeto da prefeitura para criação – ou apoio à criação – de um museu/acervo sobre o fotógrafo?
R – Pela importância do acervo acreditamos que ele mereça um espaço destacado. Precisamos, no entanto, estreitar os laços com os familiares do fotógrafo/artista para criarmos um projeto que dê essa visibilidade a esse importante conjunto de documentos. O ideal seria buscar um espaço onde o acervo se tornasse a grande atração. Esperamos conseguir realizar esse Projeto.
• E outras casas de memórias? Há algum projeto em andamento, uma vez que Cabo Frio praticamente não dispõe de instituições deste tipo?
R - Acredito que todo trabalho gera frutos. Se a questão da preservação do nosso patrimônio ganhar os cidadãos e houver um engajamento da nossa comunidade nessa ação creio que esses espaços se multiplicarão. Entretanto, essa tarefa deve ser orientada pelo Poder Público, mas estando aberto e sendo convidativo a iniciativa privada para que ela também se envolva e se torne parceira nesse intuito. Um dos projetos pensados na Coordenadoria é o do Selo Cabo Frio Cultura Viva que pretende a partir de uma contrapartida do município (isenção de tributos municipais) poder associar novos espaços num processo de apoio institucional, gestão total ou parcial para ampliar a rede de centros culturais na nossa cidade.
• Quais são as principais atividades/projetos previstos pela Coordenadoria de Cultura para os próximos anos?
R – Além do projeto acima citado, estamos preparando um conjunto de ações com essa marca Cabo Frio Cultura Viva que prevê a abertura de um Edital para patrocínio nas áreas de Teatro, Dança, Literatura, Música, Manifestações Folclóricas, Curta-metragem, Gastronomia, Artes Plásticas e Diversidade Cultural. Essa ação visa apoiar as diversas linguagens e abrir um diálogo com cada categoria, além de mapear a produção cultural na cidade. Uma das contrapartidas exigidas no Edital será a participação dos contemplados no Projeto de criação de novos centros culturais nas Escolas Municipais chamadas de Escolas Padrão, espalhadas pelos bairros periféricos da cidade. Nosso objetivo é criar ações que fortaleçam nossos espaços culturais no centro urbano, mas também ampliar essa rede de circulação de cultura, levando oficinas e espetáculos de diversas linguagens artísticas as comunidades que não tem acesso aos bens culturais. O objetivo é formar, informar e fazer a cultura circular por todos os bairros da cidade, seja nas Praças, nas Escolas, nas Associações de Moradores ou em espaços particulares e vivenciar de fato o lema do governo, procurando garantir “a cultura para o cidadão”.
Secretaria de Turismo e Cultura de Cabo Frio
Guilherme Guaral - Coordenador Municipal de Cultura
quinta-feira, 9 de abril de 2009
Reforma na gaveta
Sete meses depois de ter saído vitorioso nas urnas, o governo Marquinho Mendes ainda não concretizou a tão falada reforma administrativa, que foi anunciada em uma entrevista coletiva concedida pelo prefeito na semana da vitória eleitoral. A reforma, idealizada por um estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV), previa a diminuição das 21 secretarias para apenas 13. O governo também seria divido em áreas administrativas, e as secretarias extintas passariam a se chamar coordenadorias.
A programação previa a extinção de secretarias importantes, como a de Planejamento, a de Cultura, a de Comunicação e a de Meio Ambiente, entre outras. Mas, até agora, o projeto de lei não foi enviado à Câmara Municipal. Sem a aprovação dos vereadores, o governo continua funcionando exatamente como antes, mas com um agravante: após o prefeito ter anunciado as mudanças, a opinião pública assimilou imediatamente as novas nomenclaturas, e alguns secretários passaram a ser chamados de coordenadores.
Mesmo sem as mudanças oficializadas, os próprios membros do governo já estão “ensaiando” a nova estrutura. No caso do Planejamento, por exemplo, a chefe do setor, Rosane Vargas, ainda está nomeada como secretária, mas trabalha subordinada ao secretário de Desenvolvimento e Meio Ambiente, Carlos Victor Mendes, como fará oficialmente quando se tornar coordenadora. O mesmo acontece com o secretário de Meio Ambiente, Alcebíades Terra, que, como coordenador, também ficará subordinado a Carlos Victor. Guilherme Guaral, na Cultura, estará lotado na Secretaria de Turismo e Cultura, sob o comando de Gustavo Beranger e José Correia, na Comunicação, vai ficar na alçada do secretário de Governo, Alfredo Barreto. Mas, por enquanto, todos fazem parte do primeiro escalão até que as mudanças sejam aprovadas na Câmara.
“Na verdade, nós já estamos trabalhando da forma que o prefeito determinou. Eu, por exemplo, reporto todas as questões pertinentes à Comunicação ao secretário de Governo, e não mais diretamente ao prefeito. Ou seja, apesar de ainda ser secretário, estou atuando como coordenador. E todos já estão fazendo dessa forma”, explicou o secretário de Comunicação, José Correia.
Fontes do governo, entretanto, apontam dificuldades políticas para concretizar a reforma. No ano passado, por exemplo, assim que o prefeito anunciou as mudanças, um de seus assessores ficou bastante surpreso:
“Que isso, só 13? Mas tem muita coisa em jogo”.
Nesta semana, um membro do primeiro escalão do governo afirmou que o prefeito sofre resistências para dar andamento à transformação de secretarias em coordenadorias.
“Muita gente ficou incomodada. O próprio acesso ao prefeito diminuiu”.
Esta coluna tentou, ontem, contato com o secretário de Governo, Alfredo Barreto, e com o secretário de Articulação Política, Antônio Carlos Trindade, mas eles não foram localizados. Sem uma posição oficial sobre a paralisação da reforma, o governo abre espaço para hipóteses. Uma delas é a de que o prefeito não consegue enfrentar seus subordinados, e sucumbe aos caprichos de quem acabaria prejudicado com o enxugamento da máquina. Com a palavra, o governo municipal.
* Texto publicado no jornal Folha dos Lagos em 9/04
.
quinta-feira, 2 de abril de 2009
Wolney Teixeira
A luta pela preservação da casa e do acervo do fotógrafo Wolney Teixeira une boa parte da sociedade cabofriense. Historiadores, artitas, professores, jornalistas ou, simplesmente, cidadãos conscientes da importância do patrimônio. Baggio Digital, que está nessa luta desde que nasceu, traz hoje dois textos publicados nesta semana pelo jornal Folha dos Lagos. O primeiro é do editor deste blog, e o segundo do teatrólogo José Facury Heluy. Dois pontos de vista diferentes e ao mesmo tempo congruentes sobre o mesmo assunto.
_________________________________________________________________
Casa Wolney: museu ou ruína?
Tomás Baggio
A decisão da Justiça pela restauração da Casa Wolney, no centro de Cabo Frio, é um importante sinal de sintonia com os anseios da sociedade (ou parte dela). A novela, no entanto, já tem mais capítulos do que os divulgados até o momento, pois a sentença proferida pelo juiz Walnio Franco Pacheco no dia 13 de janeiro já foi motivo de recurso por parte da prefeitura de Cabo Frio. Ainda na mesma semana, a Procuradoria-Geral do Município entrou com um agravo de instrumento alegando que o imóvel não teria valor histórico suficiente para ser preservado. O agravo foi negado pelo Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJRJ) no dia 20 de fevereiro, quando a corte ratificou a sentença do juiz de Cabo Frio.
Porque, então, o processo só foi divulgado anteontem, 31 de março?
“Porque o processo foi movido pelo Ministério Público e, não sei por qual motivo, eles não divulgaram antes. Tomei conhecimento do assunto apenas na semana passada. Não podíamos acionar os proprietários porque o imóvel não é tombado pelo Iphan. Estamos participando das discussões, mas à margem da questão judicial”, explicou o chefe do escritório técnico do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan-Cabo Frio), Manoel Vieira, que disponibilizou o documento à imprensa.
O chefe do Iphan afirma que a prefeitura está lutando contra uma “causa perdida”, e clama pela preservação do patrimônio.
“Em vez de defender uma causa perdida, a prefeitura deveria somar esforços para cumprir a determinação judicial. Porque, acima de tudo, esse assunto não é uma questão de Justiça, é uma questão sócio-cultural. E como se não bastasse a aclamação pública, agora é a vez da Justiça fazer coro pela preservação”, opina Vieira.
A opinião do governo municipal, ao menos por hora, não muda com a decisão da Justiça. O coordenador de Cultura da prefeitura cabofriense, Guilherme Guaral, diz que ainda precisa conversar sobre os novos fatos com o prefeito Marquinho Mendes e com o secretário de Turismo e Cultura, Gustavo Beranger. Por enquanto, ele continua achando difícil para o poder público municipal liderar a recuperação do patrimônio.
“Na minha opinião, há duas frentes de trabalho quando se fala em Wolney Teixeira. Uma é a aquisição e a preservação do acervo, que eu considero de extrema importância. Outra é a recuperação da casa, que é um assunto mais complicado. Temos aí uma questão judicial a ser resolvida, porque o imóvel já foi vendido e não pertence mais ao Warley (Sobroza de Souza, filho de Wolney). Sem contar que a casa está totalmente descaracterizada e precisaria ser reconstruída. Eu estimo que isso não seria feito com menos de R$ 2 milhões, e hoje não temos dinheiro para isso. Não temos mesmo. Só se o Iphan fizesse uma parceria de verdade e nos ajudasse a captar recursos”, declarou Guaral.
O coordenador de Cultura anunciou que, mesmo antes de negociar a aquisição do acervo de mais de dez mil fotos que está com Warley, a prefeitura irá montar, na Casa de Cultura José de Dome, o Charitas, uma sala em homenagem ao fotógrafo Wolney Teixeira.
“Temos um pequeno acervo de cerca de 100 fotos nas mãos do poder público e já dá pra começar a montar esse espaço. Depois, com o Warley ao nosso lado, vamos realizar exposições temáticas e outras atividades”, contou.
A mobilização pela preservação da Casa Wolney começou no ano passado, quando o então secretário de Cultura, Milton Alencar, disse que não falaria sobre o assunto, que considerou como “encerrado”. Na semana seguinte, em uma reunião no Convento Nossa Senhora dos Anjos, a memorialista Meri Damaceno e o historiador Célio Guimarães deram voz ao movimento pela preservação do patrimônio, que culminou com a promessa do prefeito Marquinho Mendes, então candidato à reeleição, de recuperar o imóvel e transformá-lo no Museu da Imagem Wolney Teixeira.
Eis uma boa oportunidade de acabar com o divórcio entre os governantes e a classe artística, provocado, principalmente, pela política de distanciamento implementada pelo ex-secretário de Cultura (atual superintendente na mesma secretaria). Ter um pacificador como Guaral no comando é um bom começo, mas o casamento só irá se consolidar se o governo tomar o setor como prioridade na administração.
* Texto publicado no jornal Folha dos Lagos em 2/04
_________________________________________________________________
O catador de memórias
José Facury Heluy
Com exceção da Casa do Scliar, por ter sido um empenho pessoal do seu filho e estudiosos das obras do artista, Cabo Frio, é único lugar que eu conheço em que a oficialidade cultural não resgatou como museu ou espaço de artes a moradia dos seus habitantes ilustres. Até Arraial do Cabo nos dá um banho com a casa do poeta Vitorino Carriço. Em Casemiro de Abreu temos a casa do poeta dos nossos doces anos. Em São Pedro a Casa da Flor do Gabriel, o nosso Gaudi tupiniquim. Por aqui, ninguém sabe onde morou Teixeira e Souza e a casa do excelente e genial pintor Zé de Dome, está lá largada nas Palmeiras, assim como algumas das suas obras.Talvez não considerem o eminente fotografo um ilustre. Mas é a única maneira de sabermos da cidade daqueles tempos e conhecermos melhor a história que nos cerca. Não pensem que ter apenas o seu acervo, sem a casa, já bastaria. Quem a comprou foi um empresário para fazer uma daquelas horrorosas lojas que se amontoam na Érico Coelho e empresários fazem qualquer negócio com o poder público.Na Rua Érico Coelho, antiga Rua Direita, cheia de referências históricas da cidade, só existe um sobrado que a identifica como tal: o palácio das Águias. É muito pouco para uma cidade histórica, perto de completar quatrocentos anos de fundação. O valor memorial de tê-la é incomensurável. A casa do Wolney estando ali, reformada, a arejaria culturalmente: todo o seu acervo exposto em diversas mídias; bacias, aparelhos e tinturas que o acompanharam através dos tempos; os diversos modelos de máquinas fotográficas que utilizou para retratar a cidade; o projetor cinematográfico do antigo Cine Recreio que se encontra deteriorando no foyer do Teatro Municipal e todas as matrizes pagas pelo poder público que se encontram acondicionadas na Cabo Frio TV, referenciariam integralmente a rua. Até porque as melhores imagens do acervo do fotografo são exatamente as da Rua Direita retratada por Malta e Picarelli no inicio do século XX.No exterior, veríamos a simplicidade colonial das casas baixas com seu telheiro que marcaram a moradia cabo-friense no inicio do século passado e nos seu interior veríamos um sofisticado e moderno Museu da Imagem. Com ela, caberia uma campanha de doações em Cabo Frio onde se revelariam outros documentos em forma de imagem que se encontram guardados nas casas das famílias tradicionais, que nem “a pau” entregarão à Prefeitura se não tiver um espaço expositor que as valorize.Desde 2005 que o Warley vinha oferecendo a casa e o acervo do seu pai com a sua curadoria para a Prefeitura Municipal e nada. Agora, dizem que não adquirirão a casa, mas acham-se imbuídos em tê-lo como protetor do seu acervo. O tempo passará de novo, sem que nada aconteça até ele desistir e vender tudo para um colecionador ou um museu de fora de Cabo Frio. Isso já aconteceu com o Museu do Mar do Elísio Gomes.Aí, teremos que nos contentar com as reproduções que se desgastam nas paredes dos prédios públicos da cidade ou comprar a peso de ouro, cada cópia de um novo dono, para aguçar a nossa memória. O maior catador dessas verdades memoriais tem que ser o poder público. Só assim, poderão falar em turismo cultural de qualidade...
* Texto publicado no jornal Folha dos Lagos em 1/04