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Sete meses depois de ter saído vitorioso nas urnas, o governo Marquinho Mendes ainda não concretizou a tão falada reforma administrativa, que foi anunciada em uma entrevista coletiva concedida pelo prefeito na semana da vitória eleitoral. A reforma, idealizada por um estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV), previa a diminuição das 21 secretarias para apenas 13. O governo também seria divido em áreas administrativas, e as secretarias extintas passariam a se chamar coordenadorias.
A programação previa a extinção de secretarias importantes, como a de Planejamento, a de Cultura, a de Comunicação e a de Meio Ambiente, entre outras. Mas, até agora, o projeto de lei não foi enviado à Câmara Municipal. Sem a aprovação dos vereadores, o governo continua funcionando exatamente como antes, mas com um agravante: após o prefeito ter anunciado as mudanças, a opinião pública assimilou imediatamente as novas nomenclaturas, e alguns secretários passaram a ser chamados de coordenadores.
Mesmo sem as mudanças oficializadas, os próprios membros do governo já estão “ensaiando” a nova estrutura. No caso do Planejamento, por exemplo, a chefe do setor, Rosane Vargas, ainda está nomeada como secretária, mas trabalha subordinada ao secretário de Desenvolvimento e Meio Ambiente, Carlos Victor Mendes, como fará oficialmente quando se tornar coordenadora. O mesmo acontece com o secretário de Meio Ambiente, Alcebíades Terra, que, como coordenador, também ficará subordinado a Carlos Victor. Guilherme Guaral, na Cultura, estará lotado na Secretaria de Turismo e Cultura, sob o comando de Gustavo Beranger e José Correia, na Comunicação, vai ficar na alçada do secretário de Governo, Alfredo Barreto. Mas, por enquanto, todos fazem parte do primeiro escalão até que as mudanças sejam aprovadas na Câmara.
“Na verdade, nós já estamos trabalhando da forma que o prefeito determinou. Eu, por exemplo, reporto todas as questões pertinentes à Comunicação ao secretário de Governo, e não mais diretamente ao prefeito. Ou seja, apesar de ainda ser secretário, estou atuando como coordenador. E todos já estão fazendo dessa forma”, explicou o secretário de Comunicação, José Correia.
Fontes do governo, entretanto, apontam dificuldades políticas para concretizar a reforma. No ano passado, por exemplo, assim que o prefeito anunciou as mudanças, um de seus assessores ficou bastante surpreso:
“Que isso, só 13? Mas tem muita coisa em jogo”.
Nesta semana, um membro do primeiro escalão do governo afirmou que o prefeito sofre resistências para dar andamento à transformação de secretarias em coordenadorias.
“Muita gente ficou incomodada. O próprio acesso ao prefeito diminuiu”.
Esta coluna tentou, ontem, contato com o secretário de Governo, Alfredo Barreto, e com o secretário de Articulação Política, Antônio Carlos Trindade, mas eles não foram localizados. Sem uma posição oficial sobre a paralisação da reforma, o governo abre espaço para hipóteses. Uma delas é a de que o prefeito não consegue enfrentar seus subordinados, e sucumbe aos caprichos de quem acabaria prejudicado com o enxugamento da máquina. Com a palavra, o governo municipal.
* Texto publicado no jornal Folha dos Lagos em 9/04
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Um comentário:
E vocês acreditaram que era pra valer?
E, se fosse pra valer? Como ficariam os salários dos "ditos" Coordenadores? seriam reduzidos? É evidente que não, e certamente os salários dos secretários seriam aumentados pra criar um diferencial, já que uns são assessores de 1ª categoria e outros de 2ª, muito embora em alguns casos quem realmente trabalha é o assessor de 2ª.
Isso não passa de mais uma bobagem desse Governo, fala em cortar custos, enxugar a máquina e cria a Cabo Frio Tur, com um orçamento gordo pra premiar seu grande aliado de campanha.
Aliás como estão sendo pagos os que não eram Secretários e hoje são Coordenadores?
Mais não há motivos pra preocupação, pobres cidadãos Cabofrienses, porque no fim Deus fará, ajudará, pagará, coitado sempre ele, já não aguenta mais ouvir falar de Cabo Frio.
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