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Sítios arqueológicos de pelo menos seis mil anos, ocupação européia e "civilizada" há cinco célulos, sétima cidade fundada no Brasil... Cabo Frio tem história e cultura ricos demais para se deixar levar pelo esquecimento. E está sendo deformada pela falta de interesse dos governantes e, principalmente, da sociedade. Aceitar a demolição de uma casa que resiste há mais de duzentos anos e abrigou uma das figuras mais importantes que já passaram por essas terras, o fotógrafo Wolney Teixeira e Souza, não é uma boa opção. Deixar que a Passagem, com seus casarios da época do descobrimento, receba uma pousada bicuda e feia, também não (no caso da pousada, é bom dizer, que o próprietário faça o que bem queira dentro do espaço, mas cabe ao poder público proteger o conjunto histórico-arquitetônico, o que não foi feito).
Não se trata de querer uma cidade bucólica, antiquada e sem vida. Ao contrário, a modernidade deve se aliar ao passado, e não destruí-lo. A cidade precisa ser pulsante, ativa e consciente de sua importância. Onde está o orgulho de ser cabofriense? Onde estão as figuras pensantes, as famílias tradicionais? Será que a política contaminou a todos? Não pode. Os Teixeira e Souza são mais importantes do que os Mendes e os Corrêa.
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